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A
nutrição ideal pode ser alcançada com diferentes dietas. Contudo,
não é fácil e a compreensão de alguns princípios básicos dos
prós e contras de cada alimento no que diz respeito a vitaminas,
minerais, proteínas, gordura e outros, é importante quando se
pretende fazer uma mistura de alimentos.
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Os
animais e aves selvagens aprendem com os seus progenitores a combinação
correcta de alimentos, muitas vezes bastante restritos e pouco
diversificados, que satisfazem as suas necessidades de voo,
crescimento, reprodução e vida.
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Estes
alimentos selvagens foram seleccionados pelos animais o longo de
milhares de anos de evolução natural.
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Em
cativeiro estes animais estão sob condições diferentes e
alimentam-se de diferentes matérias daquelas a que estão,
instintivamente, habituados, contudo, esperamos que aprendam
imediatamente a seleccionar a melhor combinação. Mas não é
necessariamente melhor alimentar as aves com o que comeriam em
liberdade quando estão em cativeiro. Muitas plantas selvagens
contem
elementos vegetais secundários e baixos níveis de variados
nutrientes essenciais. Por exemplo, o fornecimento de argilas ricas
em materiais neutralizantes como as existentes nos depósitos de
argilas no Perú, não é necessário para as araras em cativeiro,
que consomem alimentos produzidos par consumo humano. Alguns
criadores têm a ideia romântica de que as dietas em cativeiro que
sejam complicados, trabalhosas e que usem ingredientes caros, serão
as mais nutritivas. Contudo, é possível fornecer alimentos fáceis
de preparar e a custo eficiente sem com isso comprometer os níveis
essenciais de nutrientes.
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Em
vez de discutir e explicar cada um dos nutrientes essenciais como as
vitaminas, minerais, etc., e qual o seu papel fisiológico nas aves,
prefiro discutir como fazer com que esses nutrientes sejam
consumidos por estas em níveis correctos e óptimos.
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As
sementes eram, e são, quase sempre servidas como dieta base a aves
em cativeiro. Algumas até criam com esta alimentação. Todavia, a
nutrição óptima raramente é atingida com este método a as aves
produziam posturas incompletas, ou não viviam tanto como poderiam.
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A
moda na América é fornecer legumes, massas e dietas formuladas aos
papagaios e reduzir significativamente, se não totalmente, as
sementes oleosas na sua dieta. Existem pelo menos 12 companhias
distintas que comercializam dietas formuladas e calculo que pelo
menos metade dos papagaios reprodutores seja mantido com estas fórmulas
e não com sementes.
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As
sementes podem ser suficientes quando devidamente suplementadas e
fornecidas em quantidades tais que obriguem a ave a comer os
vegetais e outros alimentos suplementares. As frutas e a maioria dos
vegetais são bons portadores de vitaminas hidrosolúveis e, como
tal, um com suplemento vitamínico - mineral para a dieta das aves
como adição a uma base de sementes. Em si mesmos não contribuem
muito para a dieta pois contém elevados níveis de água, alguma
fibra e algumas vitaminas e minerais, no caso dos vegetais de folha
escura. Pessoalmente não gosto deles devido à higiene, trabalho e
custo envolvido na sua preparação e limpeza dos restos não
consumidos.
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O
mais dramático com as dietas de sementes não é o seu défice em
alguns nutrientes, que pode ser corrigido com suplementos, mas sim o
excesso de gordura que não pode ser removido depois de consumido.
Os níveis de gordura nas 3 variedades de semente mais
frequentemente consumidas são tão altos que estas sementes são
chamadas de "oleosas".
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Embora
o cártamo seja uma semente mais pequena e menos apetecível que o
girassol, o seu conteúdo de gordura é, na verdade, mais elevado.
As aves podem não gostar do gosto amargo da cártamo e como
resultado acaba, por consumir outras sementes quando mantidas com
uma mistura rica em cártamo. Uma ingestão elevada de gordura
produz fezes pequenas e baixo consumo de água, uma vez que a água
é produzida metabolicamente no metabolismo das gorduras. Dietas
preparadas resultam em fezes maiores, especialmente com dietas
baseadas em granulados pobres em gorduras, que promovem o consumo de
água. O equilíbrio correcto do total de calorias em relação à
necessidade de energia e crescimento da ave é de grande importância.
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Ambientes
frios, gaiolas maiores, viveiros e actividade reprodutiva requerem
mais energia.
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A
vida sedentária da maioria das aves de gaiola, aliada a um
fornecimento constante de comida, conduz, inevitavelmente, a uma
sobre - alimentação. Isto, juntamente com o consumo preferencial
de sementes oleosas, nozes e outros alimentos ricos em gordura,
limita o consumo de outros alimentos nutritivamente melhores, nos
quais se incluem os granulados.
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Alguns
níveis elevados de gordura não devem ser considerados totalmente
prejudiciais. Mesmo oito a 12 por cento da gordura nos granulados,
continua a ser um quinto dos níveis encontrados nas sementes
oleosas.
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Germinar
as sementes pode reduzir o teor de gorduras e acrescentar algumas
vitaminas. O problema com a germinação é o risco de contaminação
por fungos tal como cândida sp. E o tempo e espaço necessário à
sua preparação.
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A
densidade calórica da dieta é importante uma vez que factor
determinante da quantidade de alimento que a ave irá consumir.
Assim, o nível de energia influencia a quantidade de vitaminas,
minerais e proteína que a ave consumirá diariamente da sua ingestão
de alimento.
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O
baixo teor energético dos granulados faz com que mais alimento
tenha de ser consumido para satisfazer as necessidades de manutenção
da ave, de facto, o dobro do consumido com dietas de sementes de
alto valor calórico.
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A
gordura tem mais do dobro da energia por grama que a proteína ou os
hidratos de carbono, e isto justifica as diferenças de energia. O
custo de alimentação de uma ave não é baseado no preço por kg
de alimento, mas sim no preço por Kcal de energia digestível.
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Os
alimentos estrugidos têm a capacidade de incorporar de um modo mais
eficiente os teores de gordura. Digestibilidade elevada e valores
energéticos mais elevados, são a moda na produção de uma dieta
económica com excelentes resultados de manutenção da saúde das
aves.
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Os
granulados são produzidos acrescentando um pouco de vapor e muita
pressão a uma mistura base seca, e depois pressionando-a para for a
de um contentor metálico por orifício de várias dimensões. Este
processo é normalmente mais usado pela agricultura e pecuária na
produção de alimentos para gado e aves a baixo custo.
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O
processo de extrusão usa a cozedura dos alimentos com maiores
teores de humidade e á normalmente usado na alimentação humana e
de animais de companhia. Atingem-se temperaturas de processamento
mais elevadas, embora por períodos de tempo muito curtos, mas o
suficiente para destruir agentes patogénicos (que podem existir nas
matérias primas em crú), degradar o amido, aumentando a sua
digestibilidade, e e incorporar um maior número de ingredientes na
formulação do granulado produzido.
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Não
existem dúvidas de que os alimentos estrugidos são mais palatáveis
que a mesma fórmula em forma de granulado. Além disso, os
granulados têm a tendência a produzir um pó fino quando
"trincados" pelas aves, o que causa desperdício. Os estrugidos partem-se em porções ainda
digestíveis pelas aves e não
em poeira.
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A
qualidade da proteína, ou seja o equilíbrio e digestibilidade dos
seus aminoácidos constituintes, é tão importante como o nível
total de proteína na dieta. Quanto mais variado for o número de grãos,
legumes, nozes e outras fontes de proteína, melhor será o equilíbrio
final dos aminoácidos. Portanto, além das vantagens óbvias
de palatibilidade na mistura de ingredientes, também se verificam
melhorias ao nível da qualidade da proteína.
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Os
diferentes perfis de aminoácidos das diversas fontes proteicas complementam-se entre si, resultando numa
proteína final de elevado
valor digestivo e biológico.
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Investigação
na Universidade de Davis, conclui que as necessidades no aminoácido
lisina em caturras (Nymphicus hollandicus) é de 0,8% e a
necessidade total de proteína de 20% da matéria seca total da
dieta. Isto é muito semelhante aos valores para frangos de engorda,
que podem ser usados como valor de referência para estimar as
necessidades dos psitacídeos em crescimento.
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Quando
comparamos estas necessidades em aminoácidos com os níveis
encontrados nas sementes oleosas, constatamos que todas elas são
pobres em lisina e metionina/cistina.
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A
proteína nos tecidos das penas contém elevados teores de cistina,
como tal, durante o período de formação ou muda das penas, as
necessidades neste elemento aumentam.
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Aves
mantidas com uma dieta única de sementes desenvolvem uma pobre
plumagem e este facto poderá ser uma das explicações. Ao
suplementar as dietas com lisina e metionina que as aves podem
converter em cistina estamos a ajudar à formação de uma melhor
plumagem.
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Este
exemplo demonstra a importância de suplementar os valores dos
nutrientes verdadeiramente limitantes (deficientes) numa dieta em
vez de se acrescentar um pouco de cada nutriente conhecido, muitos
dos quais existirão já em quantidades suficientes numa dieta base
variada.
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Muitas
pessoas olham as dietas granuladas como monótonas "como
poderia uma ave viver com um único alimento". Contudo, algumas
dietas granuladas contém uma maior variedade de nutrientes e fontes
proteicas que o que algumas aves encontram em dietas de sementes.
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Expressa-se
alguma preocupação acerca das aves receberem demasiada proteína e,
como tal, sobrecarregando os orgãos excretores de nitrogénio
(ureia) um produto secundário do metabolismo proteico.
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Recorde-se
que a proteína total consumida está dependente da densidade energética
da dieta, temos portanto de dividir a proteína pelas calorias para
se poderem comparar significativamente as dietas.
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Esta
área da relação proteína/energia óptima ainda necessita de muito
trabalho e investigação. Poderá ser possível fornecer níveis
relativamente mais baixos de proteína durante grande parte do ano. A
disponibilidade de proteínas estimula, muito possivelmente, as aves
selvagens a procriar, todavia ao darmos níveis demasiado elevados de
proteína durante todo o ano às aves em cativeiro poderemos não
conseguir o mesmo estímulo.
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Tais
alterações específicas no nível de nutrientes apenas podem ser
conseguidas com dietas formuladas com as quais a ave tem poucas hipóteses
de seleccionar outras fontes alimentares de diferente valor.
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Como
já foi referido, o alto valor calórico das sementes oleosas,
limita o sue consumo e reduz assim a quantidade de aminoácidos disponíveis para o crescimento de novas penas, músculos, etc.
Assim, embora as sementes oleosas em si tenham uma maior quantidade
percentual de proteína (%), as aves não recebem proteína suficiente, o que explica o
pobre crescimento das penas em aves
mantidas com dietas de sementes oleosas.
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Em
contrapartida as aves a consumir dietas granuladas poderão
processar demasiada proteína como um produto secundário de terem de
consumir mais alimento para satisfazer as suas necessidades de
energia. O sistema NRC americano usa o conceito de expressar os níveis
dos nutrientes necessários baseado em determinados valores energéticos
da dieta, para todas as publicações sobre necessidades
nutricionais de animais.
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Os
níveis de fibra nas sementes são muito mais baixos dos que são
expressos nas análises nutricionais dos lotes de sementes. Como as
aves descascam as sementes e nozes, estas cascas de alto teor de
fibras não são consumidas mas são indicadas nos valores de análise.
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Isto
resulta numa subestimação da proteína e gordura e sobre - estimação
do rendimento em fibra, fazendo destas indicações perfeitamente inúteis.
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A
selecção das sementes ricas em calorias e rejeição das que têm
menor teor de gordura (o que equilibraria a gordura) resulta em má
nutrição e obesidade. As dietas formuladas de granulados combinam
e equilibram a fibra com outros nutrientes, de modo que a aves não
podem seleccionar as sementes oleosas.
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A
sujidade causada pelas cascas em redor das gaiolas, um dos aspectos
negativos das aves, acaba por ser eliminado com o uso de granulados.
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O
uso do alimento como brinquedo é um desperdício e não é saudável.
O uso de brinquedos de madeira, couro ou corda é muito mais
aconselhável para a saúde das aves.
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Os
níveis óptimos de vitaminas são difíceis de determinar e podem
facilmente passar despercebidos na ave.
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Défices
de algumas vitaminas podem resultar em pobre reprodução. A resistência
às doenças e a saúde geral são difíceis de quantificar. Qual a
quantidade extra de vitaminas A, E ou C que deverá ser adicionada a
uma dieta base até que o seu custo seja desperdiçado ou a ave
receba demasiado?
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Um
dos modos de contornar esta questão é o uso de vitaminas em formas
quimicamente mais seguras. Pré-vitamina A, ou beta-caroteno, é um
exemplo, que as aves podem converter e vitamina A conforme as suas
necessidades. A vitamina C pode ser necessária em períodos de
stress ou para as crias, mas é uma vitamina muito frágil e instável
que rapidamente de degrada nos alimentos.
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O
uso de forma estabilizadas ou quilatadas assegura que os níveis de
vitaminas presentes no alimento serão na verdade usados pelas aves.
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Uma
companhia avisou os seus clientes de um suplemento de vitamina E,
para retirarem este da dieta de catatuas macho uma vez iniciada a época
reprodutiva, uma vez que relacionaram um excesso de vitamina E com a
agressividade dos machos. Não ter vitamina E suficiente leva a
infertilidade, mas o uso de demasiada vitamina E não conduz
necessariamente problemas de agressividade e a que as aves se tornem
agressivas com os seus parceiros! O uso de vitamina E em excesso em
relação às necessidades da ave ajuda a actuar como um
anti-oxidante nas dietas granuladas, protegendo as gorduras da
rancificação e outras vitaminas de serem degradadas.
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Um
excesso de vitamina D3 tem causado mais problema nas dietas
formuladas e tentativas de suplementar dietas pobres que qualquer
outra vitamina. Contudo, isto pode ser mais devido ao facto que o
resultado: calcificação excessiva de orgãos como os rins pode
facilmente ser comprovada por um exame histopatológico.
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Foi
formado pelos EUA um Comité de Nutrição Avícola, apoiado na
Association os Avian Veterinaries (N.T.: Associação dos Veterinários
Avícolas), para investigar a formação de algumas linhas base
sobre as necessidades das aves em dietas de manutenção.
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Tive
a honra de participar neste processo do qual uma das mais
importantes indicações foi de que o nível de vitamina D3 na dieta
de um papagaio nunca deveria ser superior a 2.000 UI/kg (Energia
bruta 3200-4200kcal/kg).
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Não
existe razão para que vejamos crias de arara morrer com um doloroso
excesso de vitamina D3, embora alguns interesses comerciais privados
possam não querer esta divulgação livre de dados de pesquisa.(ver
Feed Management, Watt Pub.Feb 1998, Vol 49 #2)
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Um
dos problemas frequentes nas aves com dieta de sementes secas são
ovos pouco calcificados e ovos "presos", ossos fracos e
problemas de tiróide e contracção muscular. Todos estes estão
ligados à falta de minerais na dieta de sementes. A produção de
um suplemento para estas dietas que contenha um pouco de cada
nutriente é ignorar o facto de que alguns destes elementos podem já
existir em quantidade suficiente nas sementes. Potássio e ferro são
dois elementos minerais que existem em boa quantidade nas sementes.
Demasiada suplementação de ferro causa problemas de fígado em
alguns tipos de tucanos, mainatas e insectívoros. Uma atenção as
análise mais cuidadas de cada um dos minerais e a sua deficiência
é necessária para se preparar um suplemento adequado.
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Parece
que o nível de fósforo na maioria das sementes oleosas é
suficiente. Parte desse fósforo está indisponível para as aves
por estar ligado ao ácido pítico. A relação de fósforo e cálcio
tem de estar numa razão de cerca de 1:2, isso significa o dobro da
quantidade de cálcio do que de fósforo. A maioria dos suplementos
minerais contém esta relação mas, quando combinada com a dieta
base de sementes rica em fósforo e pobre em cálcio, não resulta
na absorção perfeita. Os níveis de cálcio nas sementes oleosas são
tão baixos que os papagaios africanos, depois de uns curtos anos
com estas dietas, podem desenvolver problemas de tétano muscular e
outros. Estas aves necessitam de uma suplementação de cálcio de
emergência, visto terem dificuldades na utilização do cálcio ósseo.
Infelizmente, o excesso de cálcio e a vitamina com ele relacionado,
D3, tornaram-se um problema quando os criadores começaram a
suplementar em demasia as dietas. Nas crias em rápido crescimento o
cálcio é depositado em tecidos moles, como nos rins. Resulta assim
na falha destes orgãos demonstrando que dietas caseiras podem ser
perigosas. As dietas formuladas que pressupõem níveis controlados
de nutrientes são mais seguras, sobretudo para criadores mais
inexperientes.
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A
psitacose (ou ornitose) ainda constitui um problema para algumas espécies
mas pode ser eliminada com o uso de uma ração medicada. Esta
zoonose pode ser encontrada em portadores sub-clínicos como as
caturras. Uma loja em New Jersey foi processada por um cliente que
adoeceu devido a uma ave que ali comprara. Ao abrigo da legislação
o cliente pode alegar que a loja lhe vendera um produto defeituoso
que lhe havia causado problemas de saúde. A companhia de seguros da
loja conseguiu um acordo no valor de $400.000 USD. (N.T.: aprox. 440
mil euros)
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Na
HARI eliminámos todos os portadores de Chlyamidia, que causa
psitacose, usando uma dieta granulada com um premix de 1%
clorotetraciclina adicionado à fórmula por 60 dias. Outras alterações
a esta fórmula têm de ser realizadas, como um teor mais elevado de
agentes anti-fungos (propionato de Cálcio) e níveis de cálcio
mais elevados. O meu ponto de vista é que estas dietas são o
melhor modo para eliminarmos estas doenças dos nossos aviários. O
uso de medicação a água de bebida nem sempre é eficaz no
tratamento de portadores.
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É
certo que estamos ainda numa fase inicial da compreensão dos
aspectos nutricionais e comportamentais das aves em cativeiro. Mas
apenas poderemos aprender mais sobre as necessidades de proteína,
gordura, minerais e vitaminas, se conhecermos os valores da dieta
que usamos actualmente e o que as aves aproveitam dela. Isto é
praticamente impossível de determinar quando as aves podem optar
entre diversos alimentos e métodos de alimentação.
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Todo
o alimento desperdiçado teria de ser rapidamente recolhido e
analisado para ser subtraído ao valor inicial do alimento fornecido.
A diferença será o que a ave ingeriu. Em 1980, quando trabalhava
na minha tese, tentei este método e nunca consegui chegar a valores
fiáveis, havia simplesmente demasiado desperdício. Consegui,
contudo, instalar um único comedouro, fornecer girassol descascado,
e recolher o desperdício causado pelas aves, neste caso a catatua
de Goffin. A Energia metabolizável do girassol nestas aves era de
6.201 + 282 Kcal/kg quando determinada para um caso ad libitum
do efectivo total, e 6.094 + 86kcal/kg, quando determinada para todo
o efectivo.
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A
média do metabolismo diário da existência para estas aves em
condições de gaiola foi de 48kcal/dia/ave ou 185 Kcal/dia/kg de
ave. Isto é cerca de 2,2 vezes a taxa de metabolismo basal (N.T.
referente à necessidade alimentar para manutenção do peso vivo
inalterado) prevista pelas fórmulas. Conhecendo as necessidades
específicas de uma ave e o seu valor energético garantimos que a
quantidade suficiente de nutrientes é adicionada ou suplementada a
essa porção de alimento.
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Existem
diversos métodos para adaptar as aves de uma dieta de sementes para
granulados. Diminuir gradualmente a quantidade de sementes/granulado
causa uma certa confusão pois as aves acabam por seleccionar as
sementes preferidas desperdiçando o granulado. Achamos ser preferível
usar mais comedouros e fazer com que o que contém as sementes sejam
consumido inteiramente num dia deixando o de granulado bem cheio.
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Adicionar
água morna e misturando com o granulado num comedouro de girassol,
também ajuda à adaptação. O alimento húmido é mais apetecível
para a maioria das aves, mas estraga-se rapidamente e deve ser
trocado com frequência.
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Muda-se
lentamente para a forma seca de granulado. Esta questão raramente
surge nos animais criados à mão pois são alimentados desde jovens
com granulados. Isto é mais fácil que o uso de sementes
suplementadas com papas na altura da separação das crias. Se as
necessidades de crescimento e formação de plumagem então
poderemos dizer que a fórmula estará completa. Assim, com dezenas
de milhares de papagaios a serem criados com estes alimentos podemos
preocupar-nos menos com as necessidades precisas mínimas para cada
nutriente ou espécie de ave.
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Alguns
dos ingredientes usados nas dietas granuladas têm sido questionados
ultimamente. Enquanto a soja é uma excelente fonte de proteínas,
em crú esta contém factores anti-nutricionais que interferem na
utilização da proteína. Estes são destruídos e inactivados
durante o processamento. A ciência não dispõe de todas as
respostas mas força-nos a olhar para as questões de uma maneira
estruturada (o método científico) que permite que se atinjam
algumas conclusões.
- Demasiadas
vezes os criadores alteram algo no seu método normal e relacionam
sucessos ou fracassos com essa alteração. Existem muitas e
diversas variáveis que podem influenciar estas situações; doenças
sub-clínicas (não diagnosticadas), experiência, stress e outros.
Para que se possa julgar mais correctamente um novo suplemento ou
alimento é importante minimizar estes factores. Um modo mais
correcto de julgar um produto ou ingrediente é apenas o fornecer a
metade dos casais de uma espécie, mantendo a outra metade como
controle para comparação.